terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Semana da Ana Inês


VÁRZEA PEQUENA

A bonita aldeia de Várzea Pequena tem o seu nome da terra fértil onde se situa. Antigamente os aldeões trabalhavam nas terras. Nos séculos XIX e XX as colheitas constituíam-se particularmente de batatas e milho, e o monte atrás da aldeia era utilizado para o cultivo de azeitonas. As casas na aldeia são na maior parte construídas de redondas pedras glaciares, apanhadas e coleccionadas nos campos e no rio. Entre as pedras grandes estão pedras mais pequenas e bocados de tijolos vermelhos provenientes de edifícios mais velhos, fixados com barro, e à volta das janelas há pedras de granito e de arenito (grés) que foram introduzidas na aldeia de outras regiões. O rio Ceira tem um papel importante na história da aldeia. Há mais ou menos dez mil anos, a água do Ceira era tapada na Candosa, formando um grande lago que se estendia pelo vale acima para Góis e Bordeiro. Os depósitos do lago deram origem aos solos ricamente férteis.
Durante mais de mil anos, a água do Ceira foi desviada através de canais de irrigação para regar os terrenos de cultivo. Na memória viva, um "juiz de água" era nomeado para indicar quando cada família podia tirar água da levada, isto para assegurar que toda a gente tinha a sua justa parte. A maior parte dos habitantes seguia às regras, mas houve algumas ocasiões que havia gente tentando surripiar mais que o seu quinhão – algumas vezes no meio da noite – e isto podia levar a desentendimentos e zangas entre famílias. O trabalho do dia-a-dia dos habitantes da aldeia, como em muitas outras, girava à volta das estações e o período de crescimento das cultivações. Quando o milho era colhido, toda a gente se sentava à volta do monte de espigas para as limpar – um tempo de trabalho árduo mas também de convívio com muita alegria no meio e onde eram feitas apostas quem é que limpava as espigas mais depressa. Havia também um costume que se alguém encontrasse por acaso uma espiga escura - "espiga mulata" ou "espiga rainha" – esta pessoa tinha de abraçar toda a gente que estava sentada a volta do monte de espigas! (As espigas escuras são em facto o resultado de um recessivo gene de uma velha espécie de milho). As batatas eram divididas em três categorias: as maiores para armazenar, as médias eram guardadas para semente para a próxima primavera e as pequenas serviam de comida para os porcos ou eram utilizadas para fazer "batatas a murro".

Aqui estão algumas fotografias da Várzea Pequena:














Aqui é a placa que indica onde é a
Várzea Pequena.

Aqui é o Café Flor do Ceira que pertence
ao meu avô materno e a minha mãe trabalha lá.












Esta rua é onde se pode ir para a praia
fluvial e se virarmos á direita vamos
para a Madragoa.
Aqui é o largo principal onde fica
situada a Capela e a Associação
dos amigos da Várzea Pequena e em
baixo é a parte de cima da praia fluvial.














AQUI É UMA VISTA DE TODA A
VÁRZEA PEQUENA


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